terça-feira, 14 de setembro de 2010

Defensores da Fé



Ao assistir ao filme "Tropa de Elite", que acredito que a grande maioria dos leitores já tenham visto, me deparei com uma situação bastante Defensores da Fé

“Ou se corrompe, ou se omite, ou vai à guerra”
Capitão Nascimento, no filme "Tropa de Elite"

Semelhante com o que ocorre em algumas igrejas "evangélicas". Nesse paralelo, existe uma luta constante entre os policiais honestos e policiais corruptos que entram no o batalhão - e ali se deparam com um sistema estruturado que domina todo o “corpo policial”, ou seja, o que devia defender, guardar e ajudar os “indefesos” acabaram se corrompendo e deixando de lado o dever de um policial, que é proteger um determinado lugar e as pessoas que ali residem.

Você pode estar se perguntando "o que a história desse filme tem a ver com a realidade das nossas atuais igrejas 'evangélicas'?"
A Bíblia a todo momento nos alerta e nos fala muito claramente sobre os falsos mestres, falsos profetas e falsos irmãos:

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” Mateus 7. 15

“E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.” Atos 20. 30

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.” 2 Pedro 2. 1

“Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.” Judas 4

Jesus, Paulo, Pedro e Judas já haviam nos dito que esses “falsos” viriam e corromperiam a fé de muitos, criando um sistema de doutrinas falsas. Assim como no filme, já existe um esquema estruturado de deturpação da Bíblia e do seu dever, o que leva a uma inversão de papéis: em vez de salvar através da luz das Escrituras, levam um monte de doutrinas superficiais, que excluem totalmente a soberania e a supremacia de Cristo em nossas vidas.

Muitas vezes pensei que não havia mais jeito, que já estava “tudo errado mesmo” e que não havia mais forma de consertar e combater algo que era muito, mas muito, mais profundo do que eu imaginava. Não são somente uma ou duas denominações que pregam algumas heresias, visando obter lucro em cima disso, mas descobri uma gangue bem estruturada, com um único propósito: lucrar em cima da fé da igreja.
No início da caminhada de qualquer Cristão, tudo são mil maravilhas: o pastor é homem de Deus, a congregação é uma benção! E nesse meio você cresce, até chegar a um certo ponto em que a Bíblia começa a se revelar plenamente para aqueles que buscam um conhecimento amplo a respeito da doutrina exposta por Deus. É justamente nesse ponto onde começam as complicações: o pastor e suas pregações superficiais já não nos deixa em estado de êxtase e começamos a perceber que o foco da congregação não é reto em Cristo, como deveria ser. Acontece como no filme, no qual os policiais (Neto e Matias), veem a corrupção e todo o erro que existia no batalhão. Situação que nos remete a esse cristão, em sua Igreja, que se depara com um ensino contrário aos ensinamentos de Cristo. Para essa pessoa, só existem três opções:

“Ou se corrompe, ou se omite, ou vai à guerra”

Ou se corrompe, se entregando totalmente ao sistema, esquecendo os ensinamentos de Cristo e dos apóstolos, vivendo uma falsa esperança, um falso evangelho, baseado muito mais nas coisas terrenas e que mercadeja a palavra de Deus.

“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.” Judas 12-13

Ou se omite, não estando incluído no sistema, sabendo da verdade, conhecendo a verdadeira doutrina, porém, se negando a defender a fé cristã, “sentando no banco” e vivendo para “si mesmo”.

Ou vai à guerra, gladiando contra as falsas doutrinas, contra os falsos mestres e falsos profetas. Vivendo a verdade, entregando-se completamente a Jesus ( Gálatas 2. 19-20), não existindo somente por si mesmo, mas pelo seu próximo (Atos 20. 24), agindo honestamente perante Deus e perante os homens (2 Coríntios 8. 21). Essa é a nossa luta, essa é a vida do cristão. Andamos na contra mão do mundo, o que torna tudo mais difícil, mais árduo, mais complicado, porém, alegres e felizes por passar por todas essas dificuldades, glorificando o nome do Senhor e sempre olhando para um ponto fixo, o nosso foco: a CRUZ DE CRISTO.

“Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância.” (Tito 1. 10-11)

Lute, gurreie, batalhe! Não com armas carnais ou discussões, mas sim com atitudes, com amor, com a verdade, ou seja, com a sua própria vida!
É dificil? Com certeza. A luta é grande? Muito! Mas, existe algo em nossa vida que nos impulsiona para a verdade, nos empurra para a justiça, nos pressiona para a honestidade, que é Jesus Cristo, nosso Senhor! Aquele que foi, é e será soberano para todo sempre.

E não pense que você está sozinho nessa guerra, pois: “Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal.” (Romanos 11. 4) Mesmo que poucos, ainda existem remanecentes que não se corromperam nessa batalha.

A resposta de Lutero, em Worms, quando lhe perguntaram se ele retratava o que havia escrito, ecoa em minha memória: "A não ser que possam me provar pelas Escrituras e pelo raciocínio simples que estou errado, eu não posso e não irei me retratar. Minha consciência está cativa à Palavra de Deus. Ir contra a consciência nem é correto nem seguro [coloca a alma em perigo]. Aqui permaneço. Não há nada que eu possa fazer. Deus me ajude. Amém".
Consciência é aquele poder da mente sobre o qual não temos domínio, que nos prende à crença do que vemos ser verdadeiro e do que vemos ser correto. A consciência cativa à Palavra de Deus, isto é, aos absolutos com a autoridade de Deus, nos ensinamentos da Bíblia, é o cristianismo integral e autêntico.
Lembro-me de mais palavras de Lutero: "Se eu professar com a mais alta voz e a exposição mais clara cada porção da verdade de Deus, exceto aquela que o mundo e o diabo estão ocupados em atacar, no exato momento, não estou confessando a Cristo, apesar de quão ousadamente eu possa professar a Cristo. No calor da batalha é quando a lealdade do soldado é provada; estar firme no campo de batalha, mas se esquivar em algum ponto, é uma mera fuga e uma desgraça".
Qual era a forma de protesto? Seria votar "não" a coisa certa a se fazer? A fidelidade e a confissão fiel a Cristo requeria isso? Assim parece. Se é assim, então nossa tarefa é permanecer firme, vigiar, orar e lutar por coisas melhores: pela verdadeira autoridade da Bíblia, pela "verdade verdadeira" do evangelho e pela salvação de pessoas, as quais estimamos.
Para finalizar, deixo uma passagem de Judas, que me motivou a escrever este texto.

“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” Judas 3.

A Paz de Cristo!

MARTINS, Raphael

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