Seres humanos não são nada; eles não podem dar nada ao Senhor que façam dele um devedor. Como diz as Escrituras, “Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?” (Rm 11:35). Pois se nós queremos que Deus nos estime, nós deveríamos ter algo nosso para lhe oferecer. Mas se ele não tem nenhum dever ou obrigação em particular para conosco, que acusação poderíamos fazer contra ele? O simples fato é que tudo que temos é nosso somente porque Ele nos deu. Portanto, nosso ser, nossa personalidade e tudo mais que ele colocou dentro de nós pertence a Ele; nós respondemos a ele por essas dádivas. E ainda por cima, ele não precisa de nada da nossa parte, e nenhuma de nossas obras pode chegar onde Ele está, como diz o salmo 16.
Concluímos então, que quando Deus nos chama para posições de importância ou responsabilidade, ele o faz de vontade própria, e não, como imaginamos, por nos considerar mais capazes do que outros. O seu objetivo é nos manter humildes, ao mostrar que tudo depende de sua graça e não do mérito humano. Sendo isso verdadeiro, sobre preferências temporárias, quão mais se aplica este princípio à nossa salvação eterna! Quando Deus nos adota como seus filhos para nos tornar membros de sua glória celestial, que crédito podem os homens dar a si mesmos? E se eles fazem tais apelos, não merecem perder tudo devido a sua ingratidão?
(João Calvino, As Bem-Aventuranças, pp. 21,22.)
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