quinta-feira, 8 de julho de 2010

Mulheres na igreja - Questão cultural ?


Bem, antes de tudo quero deixar claro que se trata de uma questão que inúmeras vezes pessoas vieram me perguntar. Sempre preferi não responder ou sequer falar sobre o assunto, apenas orientando-os que fizessem uma averiguação segundo as Escrituras para ver a resposta que cada um tiraria. Resolvi escrever sobre isso por causa do meu ministério de mestre (Ef 4:11-16), que me conduz a não me omitir em dúvidas e questões referentes a tudo sobre Deus e sobre a doutrina da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Muitos preferem não falar ou discorrer sobre o assunto, principalmente porque em toda a história da igreja o pressuposto é que, com bem poucas exceções, apenas os homens podem ser pastores ou atuar como presbíteros de uma igreja. Nos últimos anos, porém, surgiu uma polêmica no mundo evangélico: podem as mulheres, assim como os homens, serem pastoras? Podem elas participarem de todos os cargos da igreja? Exporei aqui uma opinião analisando todas as óticas.
Precisamos afirmar de início que a narrativa de Gênesis 1:27 vê homens e mulheres igualmente criados à imagem de Deus. Portanto, homens e mulheres têm valor igual para Deus e devem ser vistos com valor absolutamente igual para nós e para igreja enquanto pessoas. Além disso, a Bíblia garante a homens e mulheres igual acesso a todas as bênçãos da salvação (veja At 2:17-18; Gl 3:28). Isso é notavelmente afirmado no elevado respeito e dignidade que Jesus dispensou às mulheres no seu ministério terreno.Precisamos admitir que as igrejas evangélicas muitas vezes têm falhado em reconhecer a plena igualdade entre homens e mulheres, e assim têm falhado em considerar as mulheres iguais em valor aos homens. O resultado foi uma trágica falta de reconhecimento de que Deus freqüentemente concede às mulheres dons iguais ou maiores do que os dos homens, falta de incentivo para que as mulheres tenham plena e livre participação nos diversos ministérios da igreja e falta de reconhecimento pleno e da sabedoria que Deus concedeu às mulheres com respeito às decisões da vida da igreja. Se a polêmica atual sobre o papel da mulher na igreja puder resultar na erradicação de alguns desses abusos do passado, a igreja então será grandemente beneficiada.
Todavia permanece a questão: devem as mulheres ser pastoras ou presbíteras de uma igreja? (Ou ainda, devem elas desempenhar o papel de um pastor numa igreja que adota uma forma de governo alternativa?) Minha PRÓPRIA conclusão sobre essa questão é que a Bíblia NÃO permite que as mulheres atuem na função de pastor ou de presbítero de uma igreja. Essa também a conclusão da grande maioria das igrejas em diversas sociedades através da história. As razões que me parecem ser mais convincentes na resposta a essa questão são as seguintes:

1. 1 Timóteo 2:11-14. O único texto que aborda a questão mais diretamente é 1 Tm 2:11-14:
“A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem que exerça autoridade de homem (sobre o homem – NVI); esteja porem em silêncio. Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”

Paulo aqui fala sobre a igreja reunida(veja os v. 8-9). Em tal cenário, ele afirma: “E não permito que mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o homem”(v. 12). Essas eram as funções dos presbíteros da igreja e especialmente dos que conhecemos como pastores na igreja atual. São especificamente essas funções singulares de um presbítero que Paulo proíbe que as mulheres exerçam na igreja.

Diversas objeções têm sido levantadas contra essa posição:

a) Tem se afirmado que esse texto aplica-se somente a uma situação específica abordada por Paulo, provavelmente referindo-se a mulheres que estavam ensinando doutrina herética na igreja de Éfeso. Mas tal objeção não convence, já que o texto de 1Timóteo não afirma claramente que as mulheres estavam de fato ensinando doutrinas falsas. (1Timóteo 5:13 cita mulheres fofoqueiras, mas não menciona doutrina falsa.) Além do mais, Paulo não ordena simplesmente que certas mulheres que estão ensinando doutrina falsa estejam em silêncio, mas diz:”E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o homem”. E finalmente, a razão que Paulo dá para tal proibição não é a proposta na referida objeção, mas uma razão muito diferente: a situação de Adão e Eva antes da queda, e antes que houvesse pecado no mundo(veja o v. 13), e o modo como ocorreu a inversão dos papéis masculinos e femininos na ocasião da queda(veja o v. 14). Essas razões não estão limitadas a uma situação da igreja de Éfeso, mas aplicam-se de modo geral à masculinidade e à feminilidade.
b) Outra objeção levantada afirma que Paulo fez tal proibição porque as mulheres não tinham boa formação educacional no primeiro século e, portanto, não estavam qualificadas para exercer papéis de ensino e de governo na igreja. Todavia Paulo não apresenta a falta de instrução como razão para dizer que as mulheres não podem “ensinar nem [...] exercer autoridade sobre o homem”; antes, aponta para a criação (v. 13-14). É precário o argumento baseado em uma razão que Paulo não apresentou em vez de baseá-lo na razão que ele de fato apresentou.
c) Além do mais, tal objeção entende mal os fatos reais da igreja e do mundo antigo. A educação formal não era exigida na liderança da igreja do Novo Testamento nas Escrituras, pois vários apóstolos não tiveram instrução bíblica formal (veja At 4:13). Por outro lado, a capacidade básica de ler e estudar as Escrituras podia ser adquirida tanto por homens como por mulheres (obeserve At 18:26; Rm 16:1; 1 Tm 2:11; Tt 2:3-4). Havia muitas mulheres bem instruídas no mundo antigo, particularmente num centro cultural como Éfeso

Finalmente, os que assim argumentam são às vezes incoerentes pelo fato de mostrarem em outros textos que as mulheres tinham uma posição de liderança na igreja antiga, como no caso de Priscila. Isso é especialmente relevante para 1 Timóteo 2, porque Paulo estava escrevendo para Éfeso (1 Tm 1:3), que era a igreja de Priscila e de Áquila (veja At 18:18-19,21). Foi exatamente na igreja de Éfeso que Priscila aprendeu sobre a Bíblia para ajudar a instruir Apolo no ano 51 A.D. (At 18:26). Depois, ela provavelmente estudou com o próprio Paulo por mais 3 anos enquanto ele permaneceu em Éfeso ensinando “todo o desígnio de Deus” (At 20:27; confira o v. 31; também 1 Co 16:19). Sem dúvida, muitas outra mulheres de éfeso seguiram seu exemplo e também aprenderam com Paulo. Embora eles tinham ido para Roma mais tarde, encontramos Áqüila e Priscila de novo em Éfeso, no final da vida de Paulo (2 Tm 4:19), por volta de 67 A.D.. Portanto é provável que estavam em Éfesos no ano de 65, por volta da ocasião em que Paulo escreveu 1 Timóteo ([i]cerca de 14 anos depois de Priscila ter ajudado a instruir Apolo[/i]). No entanto, Paulo não permitiu nem que a culta Priscila ou qualquer outra mulher bem instruída de Éfeso ensinasse os homens na assembléia pública da igreja. A razão não era a falta de instrução, mas sim a ordem da criação que Deus estabeleceu entre homens e mulheres.

2. 1 Coríntios 14:33b-36. De modo semelhante, Paulo afirma:

“Como em todas as igrejas dos santos, conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Porventura, a Palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente para vós outros?” 1 Co 14:33b-36

Nesse trecho Paulo não pode estar proibindo todo discurso público das mulheres na igreja, pois ele claramente lhes permite que orem e profetizem na igreja em 1 Co 11:5. Portanto, é melhor entender este texto como uma referência à avaliação e julgamento orais das profecias na congregação (veja o verso 29: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem”). Ainda que Paulo permita às mulheres falar e profetizar nas reuniões da igreja, não lhe permite falar, avaliando ou criticando as profecias dadas à igreja, pois isso seria função de autoridade com respeito a toda igreja. Essa interpretação do texto depende de nossa posição sobre o dom de profecia na época do Novo Testamento, isto é, que a profecia não envolve ensino bíblico com autoridade, nem palavras de Deus equivalentes às Escrituras, mas sim o relatar de algo que Deus traz de modo espontâneo à mente. Desse modo, os ensinos de Paulo são muito coerentes em 1Coríntios 14 e em 1Timóteo 2: em ambos os casos ele está preocupado em preservar a liderança masculina no ensino e no governo da igreja.

3. 1Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. Tanto 1 Tm 3:1-7 como Tito 1:5-9 pressupõem que os presbíteros são homens. Um presbítero (ou bispo) deve ser “esposo de uma só mulher” (1Tm 3:2; também Tt 1:6), e dele se exige que “governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito” (1 Tm 3:4).
Alguns podem fazer a objeção de que tais orientações foram dadas apenas para a situação cultural do mundo antigo, quando as mulheres não tinham boa instrução, mas a mesma resposta dada acima com respeito a 1Tm 2 se aplicaria também nesse caso.

4. A relação entre família e igreja. O Novo Testamento faz freqüentes relações entre e vida da família e a vida da igreja. Paulo diz: “...se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1Tm 3:5). Ele diz a Timóteo: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1Tm 5:1-2). Diversas outras passagens poderiam ser citadas, mas o relacionamento próximo entre a família e a igreja deve ficar claro.
Por causa dessa relação, é inevitável que os modelos de liderança na família reflitam os modelos de liderança na igreja, e vice-versa. É muito apropriado que, à medida que homens piedosos cumprem suas responsabilidades de liderança na família, devem também cumprir responsabilidades de liderança na igreja. De modo inverso, se modelos de liderança femininos forem estabelecidos na igreja, trarão inevitavelmente pressão na direção de uma liderança feminina maior e da abdicação da liderança masculina na família.

5. O exemplo dos Apóstolos. Embora os apóstolos não sejam equivalentes aos presbíteros nas igrejas locais, ainda assim é importante reconhecer que Jesus estabeleceu um modelo de liderança masculina na igreja quando designou 12 homens como apóstolos. Simplesmente não é verdade que as mulheres têm igual acesso a todos os ofícios na igreja, pois Jesus, o cabeça da igreja, é um homem. E os 12 apóstolos que se assentarão nos 12 tronos para julgar as 12 tribos de Israel (Mt 19:28), cujos nomes estão escritos nos fundamentos da cidade celestial (Ap 21:14), são todos homens. Portanto, não haverá padronização eterna de papéis iguais para homens e mulheres em todos os níveis de autoridade na igreja. Ao contrário, há um modelo de liderança masculina nos supremos papéis de autoridade na igreja, modelo que será evidente para todos os cristãos por toda a eternidade. Uma objeção levantada contra esse argumento é a alegação de que a cultura daquela época não permitiria que Jesus escolhesse 6 homens e 6 mulheres, ou ainda 6 casais, como apóstolos, e que essa foi a razão por que Ele assim não procedeu. Todavia, tal objeção impugna a integridade e a coragem de Jesus. Ele não temia desobedecer a normas sociais quando um princípio moral estava em vista: Ele criticou os fariseus publicamente, curou no sábado, purificou o templo, falou com uma mulher samaritana, comeu com publicanos e pecadores, e comeu sem lavar as mãos, segundo as tradições judaicas. Se tivesse desejado estabelecer um princípio de igual acesso para homens e mulheres à liderança da igreja, Jesus certamente o teria feito, apesar da oposição cultural, se fosse o modelo que Ele desejava estabelecer em Sua igreja. Mas Ele não o fez.
Outra objeção a tal argumento afirma que, se isso é verdade, apenas judeus podem ser líderes de nossas igrejas, visto que todos os dozes apóstolos eram judeus. Mas tal objeção não é convincente por deixar de reconhecer que a igreja era inteiramente judaica no início. Isso aconteceu porque o plano de Deus era trazer salvação através dos judeus, o que levou a 12 apóstolos judeus. No entanto, nas páginas do NT vemos que a igreja logo expandiu-se e incluiu os gentios (Mt 28:19; Ef 2:16), e os gentios logo tornaram-se presbíteros e líderes na igreja neo-testamentária. Um gentio (Lucas) escreveu 2 livros do Novo Testamento (Lucas e Atos), e diversos gentios como Tito e Epafrodito foram auxiliares e cooperadores da obra apostólica de Paulo. De fato, Deus havia revelado progressivamente desde a época de Abraão (Gn 12:3; 17:5) que fazia do seu plano incluir finalmente gentios sem conta entre os gentios que constituem seu povo.
Portanto, ser judeu não era a mesma coisa que ser homem com respeito aos apóstolos. A igreja começou inteiramente judaica, mas logo tornou-se judaica e gentílica também. Mas a igreja não começou inteiramente masculina e somente mais tarde veio a incluir mulheres. Os seguidores de Cristo eram homens e mulheres desde o princípio, e tanto homens como mulheres estavam no início da igreja no Pentecostes. Por isso essa objeção também não convence.
6. A história da liderança e ensino masculinos por toda a Bíblia. Às vezes os que se opõe a essa posição aqui apresentada afirmam que tudo está baseado em um único texto, 1 Timóteo 2. Diversos argumentos relacionados mostram que não é esse o caso, mas há outro argumento que pode ser elaborado: por toda a história da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, há um modelo coerente de liderança masculina no povo de Deus. Embora apareçam exemplos eventuais de mulheres em posição de liderança no governo, como Rainhas (Atalia reuniu como única monarca em 2 Reis 11:1-20, mas dificilmente seria um exemplo a ser imitado) e juízas (veja o caso de Débora em Juízes 4,5), e ainda que haja eventualmente profetisas como Débora e Hulda (veja Juízes 4,5 e 2 Reis 22:14-20) , devemos observar que são raras exceções em circunstâncias incomuns. Elas aconteceram em meio a um modelo geral de liderança masculina no ensino e no governo e, como tais, dificilmente servem de padrão para o ofício da Igreja do Novo Testamento. Além disso, não há um só exemplo em toda a Bíblia de uma mulher realizando o tipo de ensino bíblico congregacional que se espera de pastores/presbíteros na igreja do NT. No Antigo Testamento eram os sacerdotes os responsáveis por ensinar o povo, e o sacerdócio era exclusivamente masculino; além disso, até as profetizas Débora e Hulda profetizavam de maneira privada, e não publicamente para um grupo de pessoas.
7. História da Igreja. Como mencionamos acima, o padrão geral de toda a história da igreja é que o ofício de pastor/presbítero (ou seu equivalente) tem sido reservado aos homens. Embora isso não prove conclusivamente que tal posição é correta, deve ser uma razão para séria reflexão sobre o assunto antes de declararmos apressadamente que a igreja inteira através da história estava errada sobre a questão.
8. Objeções. Numerosas objeções têm sido levantadas contra a posição aqui esboçada, das quais algumas podem ser tratadas a essa altura. Argumenta-se que o ministério deve ser determinado pelos dons e não pelo gênero. Em resposta, precisa ser dito que os dons espirituais têm de ser usados dentro das orientações dadas nas Escrituras. O Espírito Santo que concede os dons é o mesmo Espírito Santo que inspirou a Bíblia e não quer que utilizemos os dons em desobediência às suas palavras.
Outra objeção afirma que se Deus chamou a mulher ao pastorado, ela não deve ser impedida de assumi-lo. A resposta a tal objeção é semelhante àquela que acabamos de dar: uma alegação individual de ter recebido um chamado de Deus precisa sempre ser provada pelas palavras de Deus nas Escrituras. Se a Bíblia ensina que Deus quer que apenas os homens tenham a responsabilidade principal do governo e do ensino, relativa ao pastorado, a implicação é que a Bíblia também ensina que Deus não chama mulheres para serem pastoras. No entanto, devemos acrescentar que muitas vezes o que uma mulher discerne como chamado divino para o pastorado pode ser um chamado para um ministério cristão de tempo integral e não para tornar-se pastora/presbítera de uma igreja. Na verdade, existem muitas oportunidades para um ministério de tempo integral na igreja local e outros lugares, além do de pastor-mestre/presbítero – por exemplo, um cargo na equipe ministerial da igreja na área de aconselhamento, no ministério com mulheres, na educação cristã, no trabalho com crianças, bem como na área de música e adoração, ministério com universitários, evangelização, ajuda aos necessitados e responsabilidades administrativas que não envolvem atuar no papel de governo toda a igreja, que pertence ao presbítero. A lista de ministérios pode ser ainda ampliada, pois não havemos de impor restrições se a Bíblia não as impõe, mas antes permitir e incentivar a plena e livre participação das mulheres bem como dos homens em todas essas outras áreas ministeriais.
Alguns argumentam que, assim como a igreja finalmente reconheceu que a escravidão era errada, também a igreja de hoje deve reconhecer que a liderança exclusivamente masculina está errada, sendo uma tradição cultural ultrapassada que deve ser descartada. Essa objeção, porém, deixa de reconhecer a diferença entre a instituição cultural temporária da escravidão, que Deus certamente não estabeleceu na criação, e a existência de uma diferença entre papéis entre homens e mulheres no casamento (e, por implicação, nas relações no contexto da igreja), que Deus estabeleceu na criação. As sementes para a destruição da escravidão lançadas no Novo Testamento (veja FM 16; Ef 6:9; Cl 4:1; 1 Tm 6:1-2), mas nenhuma semente foi lançada para destruir o casamento e as diferenças entre homem e mulher, conforme foram criados. Além do mais, a objeção pode ser invertida: é provável que os cristãos que defenderam a escravidão no século XIX sejam um paralelo mais próximo dos feministas evangélicos que usam argumentos tirados da Bíblia para justificar uma conformidade às pressões extremamente fortes da sociedade contemporânea (naquela época, em favor da escravidão e hoje do pastorado feminino).
Alguns argumentaram que Priscila e Áquila juntos falaram a Apolo, expondo-lhe “com mais exatidão o caminho de Deus” (At 18:26). Isso é verdade, e é uma prova útil que mostra que a discussão informal das Escrituras feita juntamente por homens e mulheres tinham papel significativo na ajuda mútua na compreensão das Escrituras. Uma vez mais, um exemplo como este acautela-nos de proibir o que não é proibido pela Bíblia, mas não derruba o princípio de que o papel [i][u]publicamente reconhecido de governar e ensinar na igreja restringe-se aos homens. Priscila não estava fazendo nada contrário a esta restrição.
A esta altura, também é adequado reconhecer que Deus tem dado muita percepção e sabedoria tanto a homens como a mulheres, e quaisquer líderes de igrejas que negligenciarem usar da sabedoria feminina estarão agindo de forma insensata. Portanto, qualquer grupo de presbíteros ou de líderes que tomam decisões que atingem toda a igreja deve com freqüência definir procedimentos por meio dos quais a sabedoria e percepção feminina e masculina, possam servir de auxílio para tomar as decisões.
9. Que dizer dos outros cargos da igreja? Toda a discussão feita até aqui focalizou a questão de a mulher dever ou não atuar como pastora ou presbítera da igreja. Mas que dizer dos outros cargos?
O ensino bíblico sobre o ofício diaconal é muito menos discutido do que o ensino sobre o ofício pastoral, e o que está envolvido no ofício diaconal varia consideravelmente de igreja para igreja. Se os diáconos estão de fato atuando como presbíteros/pastores e são a mais alta autoridade na denominação local, os argumentos apresentados acima contra o pastorado feminino se aplicariam diretamente a tal situação, e concluir-se-ia que as Escrituras não permitem que as mulheres sejam diaconisas nesse sentido. Por outro lado, se os diáconos têm apenas a responsabilidade administrativa delegada para certos aspectos do ministérios da igreja, parece não haver nenhuma boa razão para impedir que as mulheres atuem como diaconisas. Com respeito à questão das mulheres serem diaconisas em 1 Tm 3:8-13, não ME parece que esse texto permita que as mulheres sejam diaconisas da maneira como se define diácono naquela situação, mas há uma diferença expressiva de posições entre as denominações evangélicas sobre a interpretação dessa passagem bíblica, e em comparação com o pastorado é muito mais difícil saber exatamente quais as funções de um diácono naquela época.
Com respeito aos outros cargos, como o de tesoureiro, por exemplo, ou outro cargo como o de ministro de jovens, conselheiro, ministro de crianças, etc., a única pergunta a ser feita é se tais cargos envolvem a função de governo e de ensino reservada aos presbíteros/bispos/pastores no Novo Testamento. Se não for esse o caso, todos esses cargos estão abertos tanto para mulheres como para homens, pois temos de ter cuidado de não proibir o que o Novo Testamento não proíbe.

Graça e Paz da parte do Senhor Jesus Cristo a todos.

Nota: Mentor Dr. Wayne Grudem

3 comentários:

  1. Excelente texto!

    Argumentos muito bem embasados e bastante coerentes.

    Sola Scriptura!

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  2. Só faltou dizer que mulher nasceu para servir ao homem. Desagradável é o machismo.

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    Respostas
    1. 2 pontos a serem analisados:

      1º É um estudo com fundamento bíblico. Portanto, a refutação, em caso de discordância, deve ser feita fundamentada na Bíblia, não em achismos.

      2º Todas as orientações contidas na Bíblia, são para os que são da fé cristã. Se for seu caso, adeque-se ou refute. Se não for o seu caso, não se preocupe.


      A paz!

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